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CIDADEScorderosa

cidades divididas


Ao mesmo tempo em que as cidades estimulam o fetiche das descobertas, trocas e vivências únicas, também refletem o laboratório da efervescente diversidade humana, de acordo com experiências, costumes e comportamentos. É nesse ambiente que acontece a disputa entre a visão de um planejamento urbano de idealismo platônico, enquanto em paralelo, outra cidade é construída de forma aleatória.


As pessoas ao se juntarem, interferem de forma orgânica e espontânea no espaço urbano, estabelecendo uma nova ordem. Historicamente,  predominam nas cidades os padrões legais, em contraponto aos padrões informais, que ocupam os vazios permitidos pela legalidade. Uma relação de aproximação e distanciamento, que inibe o uso pleno do território por todos os cidadãos.


Neste contexto, estão concentradas nas periferias e ​áreas centrais degradadas, a baixa renda e pouca escolaridade, as maiores taxas de desemprego e homicídios, assim como, uma maior informalidade nas relações comerciais e trabalhistas. Tudo isso repercute na expectativa de vida da população, com uma diferença gritante entre os moradores de áreas pobres e áreas nobres.


Isso mostra como a cidade é fundamental na vida da população, apesar de ser constantemente desconsiderada na discussão dos arranjos políticos. Por isso a importância de se conhecer os conflitos que as configuram, onde ao mesmo tempo que seduzem e acolhem, também segregam e maltratam. O desconhecimento sobre as cidades, somado à banalização da desigualdade, impedem que se perceba a imensa massa de pessoas vivendo precariamente.


cidades cor de rosa


A ZEIS (Zona Especial de Interesse Social), enquanto instrumento urbanístico legal, foi talvez o que alcançou a maior efetividade  institucional nos últimos cinquenta anos, sendo replicado em várias cidades brasileiras e discutido internacionalmente no debate  sobre  o direito à cidade e a regularização fundiária. Englobam os assentamentos precários e áreas para novas moradias, com normas específicas, consideradas no zoneamento legal.

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Fundamental para implementação de projetos de regularização fundiária e de habitação social, também proíbe a construção de empreendimentos de grande porte. As ZEIS, além do reconhecimento  legal dos assentamentos espontâneos, representa o contraditório à especulação imobiliária,  diminuindo assim, a instabilidade recorrente.


Recife foi pioneira na implantação dessas áreas, reconhecendo na sua lei de uso do solo, a comunidade de Brasília Teimosa como a primeira ZEIS do Brasil. Ilustradas nos mapas nas cores Rosa, essas áreas representam hoje, o exemplo da mistura de diferenças que produz espaços urbanos dinâmicos e socialmente ativos, onde seus habitantes fundem suas relações de moradia, trabalho e lazer, gerando novas culturas e formas de ocupação da cidade.


Os assentamentos cor de rosa que ao longo do tempo permaneceram nas suas áreas de origem, possibilitaram um desenho diferente no tecido urbano das cidades, onde ao invés de se concentrar a elite na região central e os pobres na periferia, gerou uma malha urbana onde diferentes classes se misturam por todo o seu território.


cidades misturadas


O site surge em um momento oportuno de se repensar as cidades, como espaço aglutinador, onde os participantes possam opinar, discutir e refletir sobre a desigualdade social e espacial. Articulando profissionais, gestores, pesquisadores, estudiosos, lideranças e cidadãos, afim de aprofundar o debate e formular novas alternativas para a construção de cidades menos segregadas e mais misturadas.


Através de textos, fotos, podcasts, entre outras formas de expressão, serão apresentados situações em várias localidades do mundo. Salientamos que os textos publicados são colaborativos com opiniões pessoais, bem como, o posicionamento do site não reflete o pensamento de qualquer colaborador. Com pequenos artigos e linguagem acessível,  pretende-se um maior alcance e participação, ampliando a discussão para um público o mais diversificado possível.


Serão mostrados momentos de segregação e de interação social, revelando as faces desconhecidas das cidades. O objetivo é instigar o pensamento filosófico sobre as cidades, influenciando as políticas públicas, o planejamento e a gestão urbana, promovendo a expectativa para criações de cidades saudáveis, ativas e acessíveis.


Talvez a produção de cidades misturadas seja a alternativa que possibilite uma real integração social, onde a formalidade e a informalidade convivam em harmonia, respeitando as diferenças e dividindo o mesmo espaço. Com infraestrutura e serviços urbanos comuns à toda a população e a segurança garantida pela maior interação entre os cidadãos. É com diversidade social, econômica e cultural, que se dá a adaptação às transformações tecnológicas, demográficas e sociais.

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